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Tributo ao Sil​ê​ncio

by Damas do Nada

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1.
Ei, amigo, veja o sol se por Como ouro maciço sua alma permanece Suas mãos pestanejam, suas pernas fraquejam Abra seus olhos, o tempo continua a passar mesmo no escuro Você está em mim Ei, amigo, veja o sol se por Como ouro maciço sua alma permanece Suas mãos pestanejam, suas pernas fraquejam Abra seus olhos pros dias que insistem em passar mesmo no escuro Você está em mim
2.
Ainda estamos presos no atraso do seu pesar Divididos, chore pela chance de não voltar Veja-os a espreita, eu não deixo mágoas Ouça o meu lamento, veja o eterno tempo nos tirar É quando vem Eu não ouso recusar É quando vem É quando vem, eu sei À você, o que quiser É quando vem, quem sou Pra dizer o que você não quer Mande meus sonhos, faça do pesar uma nova manhã Queime como gelo, interprete o louco de uma mente sã Diga não as vezes que eu serei um homem, enfim Com um sorriso de verniz, egoísta é o homem que é feliz É quando vem Eu não ouso recusar É quando vem É quando vem, eu sei À você, o que quiser É quando vem, quem sou Pra dizer o que você não quer Em você a vingança é doce e inevitável Com você, quando o céu se abrir em chamas Esmaecer, um modo relutante de sobreviver É quando vem.
3.
Arriscamos a fuga sem uma rota Partilhamos os frutos de nossa derrota Mesuro a chance pra abraçar a dúvida Me encontro apenas esquecendo os caminhos Bata em mim, mostre o que tem para mim Me prepare pro pior se o mundo for assim Ouço em silêncio o estrondo e o murmúrio Os holofotes na sombra do orgulho Estou doente, mas não estou morto Eu estou vivo e estou aqui Bata em mim, mostre o que tem para mim Me prepare pro pior se o mundo for assim Estou doente, mas não estou morto Eu estou vivo e estou aqui.
4.
Reflexo 04:20
Eles vendiam curativos na linha de fogo Eles vendiam botes em alto mar Não! Estou deslizando amor Divida com os nossos filhos o que restou Traga apenas o que lhe é de valor Juntos em espaço, divididos pela dor Eu não sou nada sem o meu Não! Estou deslizando amor Divida com os nossos filhos o que me restou Relevar Você tem que relevar
5.
Culpa, Mãe 05:58
Acordo com febre, mas estranhamente confortável Há algo na saúde que me incomoda Que me aleija por trás, e me afasta um nome Pras drogas que me mantém sóbrio Me dê a culpa, mãe Eu existo em meu lugar Ensaio novos gestos como num tributo ao silêncio Propago velhos ritos ao regozijar o mar A falta que faz a visão que mente Entorpece o vazio e nada mais Me dê a culpa, mãe Em meu lugar eu existo Culpa, mãe Não ando em vão Quando meus ritos conturbados e seus corpos repousados se consomem em brasas Por onde tudo um dia passa Eu estou em casa

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released February 21, 2017

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